sábado, 22 de dezembro de 2012

Blogs - O que a África, da Duda Souza, e a IBM, de Ginni Rommety, tem em comum?

O conceito de Rede Social é bem amplo, tanto quando falamos de redes abertas como quando nos referimos ao mundo corporativo. Apesar de possuir motivações distintas, muitos dos componentes são comuns aos dois mundos. Conhecê-los é fundamental para utilizá-los da forma adequada e, quando falamos do projeto de uma Rede Social Corporativa, é chave para o sucesso do mesmo.

Os Blogs são um destes componentes. Blog é uma contração do termo inglês Web Log, que significa Diário da Web. e já estão por aí faz um bom tempo, mais precisamente desde a década de noventa. Comecei a escrever o Explora! em Agosto de 2007, há mais de 5 anos, época em que ainda não tinha uma visão clara de qual seria seu objetivo e alcance. A idéia tradicional de um blog é de ser um espaço onde um autor publica conteúdo em um formato mais curto, mais objetivo. Cada uma destas publicações é conhecidas como post. Existem blogs de todos os tipos, desde aqueles que tratam de assuntos variados até os blogs temáticos, como este que você está lendo, dedicado a Redes Sociais e Computação em Nuvem. Mais recentemente, novos formatos de blog surgiram como aqueles que tem mais de um autor, os multi-author blogs (MABs), e os Ideation Blogs, um tipo especial que tem como objetivo ser um ambiente onde contribuidores podem registrar idéias e outros membros podem votar nas que consideram as melhores, com o objetivo de identificar aquelas que mais agradam a uma comunidade.

O objetivo de um blog é o de compartilhar conhecimento em um formato simplificado e de fácil consumo. Segundo uma estimativa da blogging.org, atualmente existem cerca de 31 milhões de blogueiros, apenas nos Estados Unidos. Além disso, mais de 60% das empresas mantém algum tipo de blog, seja interno ou para comunicação externa. No total, são mais de 500 milhões de visualizações por mês. Ou seja, definitivamente, o blog é um componente muito utilizado e importante quando falamos de uma Rede Social, seja aberta ou corporativa.



Além do próprio Explora!, gostaria de compartilhar dois exemplos de blogs, um para o mundo corporativo e outro em uma rede aberta. É interessante notar as similaridades e as diferenças entre ambos.

A Liderança Executiva na IBM

No mundo corporativo, gostaria de analisar o blog de Ginni Rometty, CEO da IBM. Desde que assumiu a posição de líder da empresa, Ginni tem utilizado seu blog frequentemente para dirigir-se aos funcionários. Utilizando uma linguagem simples e de fácil consumo, ela apresenta idéias, compartilha planos e discute assuntos relacionados com a empresa e com o mercado. O blog é lido diariamente por milhares IBMistas de todo o mundo e, mais importante, são feitos comentário para cada post. Pode-se notar, claramente, três resultados importantes.
  1. Transparência - É utilizado para enviar uma mensagem a toda a IBM, de forma clara e direta, permitindo que todos tenham uma visão clara da estratégia. Com isso, faz com que a empresa como um todo seja mais transparente.

  2. Participação - Cada simples post, além de lido e compartilhado, também é comentado por milhares de IBMistas. Desta forma, cada um de nós sente-se mais engajado na execução da estratégia da empresa. O resultado é uma força de trabalho mais forte e coesa.

  3. Agilidade - A comunicação flui de forma muito mais rápida, fazendo com que mensagens cheguem ao seu objetivo final em muito menos tempo e, principalmente, atingindo mais funcionários.
O exemplo de Ginni Rometty, já discutido anteriormente aqui, é mostra clara do papel que a liderança tem para o sucesso de uma Rede Social Corporativa (RSC). Iniciar um processo de RSC sem o devido suporte dos executivos da empresa é um passo na direção do fracasso. Cabe aos líderes da empresa participar ativamente, se querem que os funcionários também o façam.

A África, de Duda Souza

O segundo exemplo que gostaria de compartilhar é de um blog aberto, o que Duda Souza mantem para contar suas histórias atuando junto a comunidades carentes na África, o Duda na África. Apaixonada pela natureza, descobriu, em 2010, as tribos indígenas do Xingu. Atualmente, trabalha junto com a empresa Oriximiná e com o Instituto Xingu, articulando o projeto de anexar terras privadas a Reserva do Xingu buscando ampliar a área de preservação ambiental. 

Recentemente, apresentou seu trabalho para o fundador da Wilderness Safari, Mr. Russel Friedman, uma referência no tema de preservação socioambiental. Como consequência, foi convidada para um estágio de 3 meses em Botswana. A partir daí, iniciou o delicado trabalho de documentar, em um blog, sua jornada. Seu blog convida todos a uma reflexão, a pensar um pouco fora do nosso mundo do dia-a-dia. Para muitos, pode ser uma surpresa, para muitos, espera-se que seja um convite, um "chamado".

Neste formato de blog, temático, são relatadas suas experiências pessoais. O leitor típico não é funcionário de uma empresa em especial e, sim, alguem interessado em um tema como sustentabilidade, preservação socioambiental ou luta contra a fome.

Características Comuns

A principal característica em comum está relacionada com a vontade de contribuir e, principalmente, com uma mente aberta, preparada para receber sugestões e críticas. Quem escreve um blog, seja aberto ou privado, precisa saber tratar da forma adequada comentários que nem sempre são positivos. Ouvir, analisar, entender e responder a um comentário de um leitor exige amadurecimento e disciplina o que, definitivamente, não é para qualquer um.

Nos dois casos, uma segunda característica é o fato de informação ser compatilhada. Seja para consumo corporativo, seja para consumo pessoal, o blog oferece uma ferramenta simples e rápida para fazer com que conteúdo específico chegue a leitores.

Uma terceira característica importante é que a informação compartilhada tem valor. É esta característica que faz com que as pessoas voltem ao blog depois de uma primeira visita.

Por fim, nos dois casos são utilizados diversos recursos disponíveis em um blog como fotos, vídeos, enquetes e pesquisas. Estes são mecanismos disponíveis para tornar o conteúdo e sua leitura mais atrativa, mais dinâmica. É fundamental entender que a leitura de um post em um blog segue uma dinâmica diferente daquela utilizada em livros. Entender esta diferença e explorar seus recursos faz com que um blog seja mais efetivo em seu papel principal, o de compartilhar conhecimento.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Afinal, o governo pode ter acesso a dados armazenados na nuvem?


O jornal Valor Econômico publicou uma matéria no dia 11 de Dezembro sobre um estudo da consultoria Frost & Sullivan que estima que em 2016 a receita das empresas de Tecnologia da Informação (TI) com serviços na nuvem (cloud), no Brasil, vai ultrapassar US$ 1 bilhão (atualmente, esta renda gira em torno de US$ 174 milhões). Deste total, aproximadamente a metade virá da venda de infraestrutura em nuvem, 33% de software na nuvem e o restante de outras plataformas. O relatório foi elaborado com base em entrevistas com 121 dirigentes da área de TI em diferentes setores. Ainda segundo o estudo, para 84,6% dos entrevistados o aspecto mais importante é a dispobibilidade de infraestrutura para uma eventual expansão e para 81,3% a possibilidade de redução de custos é fator determinante. Para 72,7% a segurança é um fator chave para o sucesso da área de Ti das empresas.

O consumo de serviços em nuvem vem crescendo a taxas elevadas anualmente, em todo o mundo. Empresas dos mais diversos setores já utilizam software e/ou serviços em nuvem, com objetivos similares aos apontados pela pesquisa. No entanto, antes de dar o primeiro passo, deparam-se com dúvidas difíceis de serem esclarecidas. A principal delas está associada com a possibilidade de, a qualquer momento, o governo norteamericano acessar as informações armazemadas pela empresa na nuvem, alegando, por exemplo, uma questão de segurança nacional. A base para este questionamento é o famoso "Patriot Act", lei publicada pelo governo americano em 26 de outubro de 2001, logo após os atentados terroristas sofridos pelo país.

Meu amigo Cezar Taurion compartilhou um estudo, realizado em maio deste ano pela Hogan Lovells (HL) que analisa este tema. A HL é uma empresa global que atua na área jurídica e tem como objetivos suportar grandes corporações, instituições financeiras e entidades governamentais em todo o mundo. Eles possuem mais de 2400 advogados operando em mais de 40 escritórios nos Estados Unidos, Europa, América Latina, Oriente Médio e Ásia.

Para realizar o estudo, foram consultados advogados com conhecimento sobre "proteção de dados" e "leis de acesso do governo a dados privados". As seguintes perguntas foram feitas:
  1. O Governo pode requisitar ao provedor de serviços que forneça dados privados armazenados por ele, quando durante uma investigação governamental?

  2. Um provedor de serviços de nuvem pode voluntariamente informar dados privados para o governo em resposta a uma consulta informal?

  3. Se um provedor de serviços de nuvem for obrigado a informar dados privados para o governo, ele deve informar ao cliente?

  4. O Governo pode monitorar as comunicações eletrônicas enviadas pelo sistema do provedor de serviço em nuvem?

  5. As requisições do governo para acesso a dados privados estão sujeitas a revisão por um juíz?

  6. Se o provedor de serviços em nuvem armazenar os dados em servidores em outro país, o Governo pode ainda assim solicitar acesso aos dados?
O estudo é bem interessante e analisa a legislação de acesso a dados privados em 10 países: Estados Unidos, Austrália, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Irlanda, Japão, Espanha e Reino Unido.

Em primeiro lugar, é importante entender que a possibilidade de acesso a informações particulares é uma necessidade governamental e que já é praticada em diversas situações como, por exemplo, com a quebra de sigilo bancário e telefônico ou com os mandados de segurança para investigações em empresas, escritórios ou domicílios. Órgãos do governo lançam mão deste tipo de recurso em situações de risco de segurança nacional ou em investigações criminais. Com base nisso, já não faria muito sentido imaginar a nuvem como sendo um "paraíso fiscal", completamente blindado do mundo real.

Além disso, não estamos falando de algo relacionado apenas aos Estados Unidos. Todos os estados modernos tem mecanismos estabelecidos em lei que regulam a forma como o governo pode ter acesso a informações privadas, em caso de necessidade. A França também tem seus mecanismos e, aparentemente, são mais rígidos do que a legislação norteamericana.

Ao mesmo tempo em que governos necessitam ter meios legais para executar investigações, a privacidade e a confidencialidade também são patrimonios fundamentais e a base da nossa sociedade. Ou seja, o grande desafio é atingirmos uma situação de equilíbrio em que se tenha confiança entre as partes.

O estudo chegou as seguintes conclusões:
  1. Não é possível blindar dados armazenados na nuvem, do acesso de um governo, com base na localização do provedor de serviços ou de seu datacenter. A possibilidade de um governo ter acesso a dados armazenados na nuvem ultrapassa as barreiras geopolíticas tradicionais.

  2. Governos usualmente estabelecem acordos de colaboração em investigações (conhecidos como MLAT - Mutual Legal Assistance Treaties). Basicamente estes acordos permitem que um governo tenha acesso a dados armazenados em outro país, caso os mesmos sejam importantes em um processo de investigação legal.

  3. Por fim, o relatório conclui que todos os países pesquisados possuem mecanismos que autorizam os governos a solicitar acesso aos dados armazenados pelos provedores de serviço na nuvem em determinadas situações e, na maioria deles, permite o acesso a dados localizados no exterior, desde que exista uma situação legalmente estabelecida.
A tabele a seguir compara a resposta para cada pergunta de cada um dos 10 países pesquisados.


A conclusão parece bastante clara. Ao mesmo tempo em que países possuem legislações específicas para garantir a privacidade de dados, eles também estabelecem situações e regras quando o acesso aos mesmos é permitido. É importante entender, no entanto, que o acesso a informações privadas só é autorizado nos termos da lei, quando há necessidade de investigação ou em caso de ameaça à segurança nacional.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Social Business na Nuvem

A IBM acaba de anunciar novidades significativas em seu serviço IBM SmartCloud for Social Business. Dentre elas, novas funcionalidades relacionadas com Redes Sociais Corporativas e um destaque especial para o lançamento do IBM SmartCloud Docs, uma suite de produtividade totalmente baseada na nuvem que permite a usuários colaborar simultaneamente na edição de textos, planilhas e apresentações.

O IBM SmartCloud Docs (SCD)

O IBM SmartCloud Docs (SCD) é um projeto totalmente desenvolvido pela IBM e que reune toda a sua experiência nos temas de Social Business, Colaboração e Nuvem oferecendo uma solução corporativa robusta, segura e escalável. O objetivo é que o SCD atenda a diferentes perfis de usuários. Para aqueles mais básicos, será uma solução extremamente simples de usar e que os atenderá de forma integral a um custo significativamente menor do que as soluções hoje disponíveis no mercado. Para usuários mais avançados, os recursos de "edição social de documentos" permitirão edição simultânea em tempo real e colaboração em tempo real, tudo isso com segurança. 

Com o SCD, é possível editar um documento de forma colaborativa, em tempo real, pela Internet. Com o recurso de "identificação de presença", por exemplo, um usuário sabe se um co-editor está ativo naquele momento e pode conversar com ele imediatamente, acelerando o processo de edição de arquivos e aumentando em muito a produtividade.

Veja, no vídeo a seguir, mais detalhes sobre o IBM SmartCloud Docs.



Novos serviços do IBM SmartCloud

O IBM SmartCloud oferece serviços profissionais (nível de serviço corporativo) de compartilhamento de arquivos, comunidades, reuniões virtuais, mensagens instantâneas, email e calendário na nuvem. Com a nova versão, passa a oferecer blogs, ideation blogs e wikis para comunidades, permitindo que os usuários possam colaborar tanto dentro como fora da organização, com parceiros, clientes ou fornecedores literalmente quebrando barreiras.

A relação abaixo lista algumas das principais novidades do IBM SmartCloud:
  • Compartilhar dados em tempo real - os novos serviços permitem colaboração em tempo real com funcionários, parceiros, clientes ou fornecedores, para encontrar a informação desejada, quando necessário.
  • Reuniões virtuais - os novos serviços de e-meetings permitem que times montem uma reunião no momento desejado, usando mensagens instantâneas, compartilhamento de tela e apresentações e ainda inclui um novo recurso, a sala de chat, para comunicação em tempo real com colegas, parceiros e clientes.
  • Acesso ilimitado - você pode conversar com convidados de outras empresas, mesmo que estejam utilizando outra plataforma de mensageria instantânea, pode compartilhar arquivos e convidar novos usuários para participar de e-meetings sem custo adicional. 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Novo! Collaboration Today

Que tal encontrar, em apenas um lugar, informações sobre Portais, Colaboração e Social Business? Este lugar existe e chama-se "Collaboration Today". Trata-se de um agregador de notícias para assuntos relacionados com IBM Collaboration Solutions (ICS). Lá podemos encontrar notícias sobre produtos da ICS como o IBM Connections, IBM Lotus Domino, IBM Websphere Portal e muito mais. Além disso, temas como mobilidade, cloud e analytics também são apresentados.

Todos os temas são classificados de modo a facilitar a busca. Executivos e Decision Makers podem encontrar notícias com conteúdo mais executivo na área de Business. Para os Desenvolvedores, a categoria App Dev vai concentrar os artigos tratando deste assunto. O mesmo se aplica para os Administradores e para os Usuários Finais. Além disso, na sessão Community encontramos anúncios de eventos, podcasts e vídeos.

O Collaboration Today também oferece diversos feeds, permitindo a assinatura de novas notícias publicadas. Visite o site e clique em Follow (no alto, à esquerda, veja imagem abaixo) para selecionar o tipo de conteúdo que deseja seguir.



Collaboration Today é propriedade da OpenNTF Inc., um grupo de 31 empresas que utilizam amplamente as tecnologias da IBM Collaboration Solutions, e é hospedado pela Prominic.NET.

7 artigos sobre Portal, Colaboração e Social Business


Neste post, uma relação de artigos publicados recentemente na mídia, ou atualizados, sobre Portal, Colaboração e Social Business. Boa leitura!

Integrating IBM Customer Experience Suite and IBM Case Manager

This white paper describes how organizations can streamline complex casework while promoting exceptional web experiences and increasing productivity and efficiency using an approach that integrates the IBM Customer Experience Suite with the flexible IBM Case Manager framework.

The Next-Generation Intranet

Changing workforce demographics and demands for convenient technologies are driving organizations to rethink their intranets. This paper introduces the IBM Intranet Experience Suite, which helps deliver personalized, engaging experiences across all channels, including social and mobile

IBM Customer Experience Suite and Commerce  

This white paper provides an introduction to using IBM WebSphere Commerce software along with the IBM Customer Experience Suite. It focuses on the integration and interoperability of WebSphere Commerce with the portal and web content delivery capabilities of the Customer Experience Suit.

IBM Customer Experience Suite and IBM Forms Experience Builder 

To address organizations’ exceptional web experience goals efficiently and flexibly, IBM Customer Experience Suite software helps clients create highly engaging, personalized and differentiated web experiences.

Leveraging IBM Web Experience Factory

This important white paper describes how IBM Web Experience Factory gives developers, teams and organizations a surprisingly accessible, incredibly powerful standards based development tool for creating robust multichannel and mobile web experiences.

Use cases for IBM Forms Experience Builder

IBM Forms Experience Builder enables business users to build and deploy rich self-service web form applications in a point-and-click fashion with nothing more than a web browser. Find out how you can use forms to improve customer service, streamline operations, boost innovation and more.

Delivering multichannel web experiences with IBM solutions 

The IBM exceptional web experience platform can help organizations create multichannel web experiences for leveraging the capabilities of mobile devices, such as smart phones and tablets, and can be customized to user preferences.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Usando o IBM Connections - Vídeos

Luis Benitez é Gerente de Produto da linha de Social Software da IBM e um entusiasta de Social Business e de tecnologias relacionadas com Enterprise 2.0. Internamente, é nosso "guru" quando falamos sobre estes temas. Em seu post mais recente no blog Socialize Me, preparou uma lista de vídeos mostrando as principais funcionalidades do IBM Connections. Abaixo reproduzo os vídeos. Bem interessante. Recomendo seu blog como uma referência sobre Social Business.

Homepage:


Activities:


Blogs:


Bookmarks:


Communities:


Connections Mail:


Files:


Forums:


Search:


Wikis:


Métricas:

Para este ítem específico não temos um vídeo, mas ele destaca um documento publicado no site ibm.com.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

The Business of Social Business - What Works and How It’s Done


O "IBM Institute for Business Value" realizou recentemente uma pesquisa com 1160 executivos em empresas em todo o mundo procurando entender como elas estão ligando Social Business com sua estratégia para:
  1. Criar experiências de valor para seus clientes
  2. Aumentar a produtividade e a efetividade de sua força de trabalho
  3. Acelerar inovação
Dentre as principais conclusões, mais uma vez fica clara a importância do reconhecimento e do tratamento adequado da Cultura de cada empresa. Ignorar as características particulares de cada companhia e adotar uma estratégia do tipo "one size fits all" é um passo para o fracasso.

A segunda conclusão mostra a necessidade de tratar o assunto no formato de um projeto, com um plano de trabalho bem estruturado. É sempre importante lembrar que a implementação de uma solução de Social Business é uma jornada e assim deve ser tratada.

Uma terceira conclusão mostra a importância da implementação de sistemas para medir os resultados obtidos. Com o uso adequado de tecnologias de Social Business e de Análise, empresas podem ganhar valiosos insights relacionados com o mercado e com o comportamento de seus clientes e, consequentemente, podem posicionar-se melhor no mercado.

Os resultados desta pesquisa fazem parte de um abrangente relatório. Recomendo sua leitura.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

"Social Student", redes sociais na educação



O poder de transformação das Redes Sociais é um tema amplamente discutido. No cenário político,  movimentos iniciados nas redes sociais, como a Primavera Árabe, são uma prova viva do seu alcance e influência. No comércio também vemos a presença forte das redes sociais, alterando e influenciando decisões de compra. Qual empresa, hoje, ousa não ter uma presença em mídias sociais?

Um dos aspectos mais interessantes das redes sociais, e que vem ganhando cada vez mais espaço, está relacionado com a "educação". O uso de blogs, wikis, fórums e comunidades para fins educacionais pode acelerar e ampliar em muito os resultados obtidos, obviamente desde que acompanhados de conteúdo de qualidade e sob a liderança e coordenação de profissionais com boa formação. Colégios, universidades e empresas tem se lançado nesta jornada, buscando conciliar tecnologia e metodologia com o objetivo final de "educar". Um exemplo muito interessante deste esforço é o Social Student. O site oferece, de forma integrada, uma rede social com foco em educação.

A proposta do Social Student é ser uma comunidade online para instituições educacionais (e de outras áreas, também) que mostra, na prática, como o IBM Connections pode beneficiar uma empresa servindo de base para um Ambiente Social de Educação.


De forma clara e intuitiva, ele apresenta um roteiro para o estudante. Logo de início, por exemplo, ele pode conhecer os objetivos do ambiente e entender a dinâmica da rede. Já neste momento é possível utilizar os recursos sociais do site, tendo acesso a comentários e dicas de outros participantes, e começar a montar sua rede de contatos. Com as "atividades", ele pode planejar e acompanhar a evolução de projetos que contribuem para seu aprendizado. O módulo de "arquivos" permite o compartilhamento de material acadêmico de forma estruturada.

O SocialStudent é composto por 7 partes:

  1. Welcome - Página principal, de onde se pode navegar para cada uma das unidades.
  2. Enquiry - Módulo que oferece informações genéricas sobre o programa.
  3. On-boarding - Uma vez que você já esteja pronto para inscrever-se, é neste módulo que se tem acesso a um roteiro inicial.
  4. Learning - Principal módulo do site, onde podem ser encontrados todos os recursos acadêmicos para suportar o processo de educação
  5. Social Life - Centro social, onde os participantes podem interagir com outros membros da rede, participar de comunicades e compartilhar experiências
  6. Manage My Study - É o centro administrativo do site e permite a seus participantes gerenciar seu relacionamento com o SocialStudent
  7. Graduate - Módulo que oferece informações e suporte para a vida após a conclusão do curso.

O projeto foi desenvolvido pela empresa Above and Beyond Concepts Ltd, um parceiro IBM categoria Premier da África do Sul, e Simon Vaughan, um consultor em Social Business e IBM Collaboration Champion e teve como objetivo utilizar o IBM Connections como a plataforma para ampliar a gestão do ciclo de vida acadêmico de estudantes em uma instituição acadêmica.

Diversas empresas com que já trabalhei possuem Universidades Corporativas, muitas delas misturando conceitos tradicionais como aulas presenciais, com tecnologias mais avançadas permitindo o ensino remoto. A inclusão de uma camada adicional, explorando os conceitos de redes sociais corporativas, pode colaborar para que o novo funcionário tenha uma experiência educacional mais rica e, principalmente, pode auxiliar em sua integração com o restante da empresa, ao abrir um novo canal de comunicação. Além disso, vai formar profissionais mais preparados para usufruir dos benefícios de uma rede social corporativa, com uma visão clara de que a colaboração social pode ajudar no desenvolvimento da empresa.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Social Business e o Capital Emocional



A última edição do MIT Sloan Management Review apresenta um estudo entitulado "The Key to Social Media Success Whitin Organizations". O trabalho foi feito com base em uma pesquisa junto a 1.060 executivos sobre sua experiência com Social Media. Os resultados apontam para algo que já discuti aqui em algumas ocasiões e que, inicialmente, chamei de "Fator Humano". A conclusão do trabalho dos dois professores da INSEAD indica que, para um projeto de Social Business ter sucesso, as iniciativas devem ter como primeiro objetivo o desenvolvimento do Capital Emocional (CE), que definem como sendo "um agregado de sentimentos de boa vontade dos funcionários com relação a companhia e a forma como ela opera". Ainda segundo o estudo, este capital emocional pode (e deve) ser construido com a liderança e participação ativa de seus executivos e representa um patrimonio da empresa, a ser compartilhado por todos.

Os autores desenvolveram uma teoria sobre a relação entre o Capital Emocional e o uso de Social Media dentro de uma organização e chegaram a conclusão de que executivos que usam Social Media para construir o CE em suas empresas colhem mais rapidamente benefícios reais em termos de melhoria nos fluxos de comunicação interna, maior colaboração, menores taxas de turnover (no contexto de Recursos Humanos, refere-se à relação entre admissões e demissões) e maior motivação dos funcionários. Na visão deles, muitas empresas falham neste processo, deixando de criar o Capital Emocional e, ao tentar ter benefícios do projeto de Social Business antes disso, fracassam.

Ainda segundo o estudo, Social Media pode ajudar executivos a identificar pontos em que sua empresa precisa de atenção especial, pode reduzir a distância criada pela relação de poder na estrutura hierárquica e pode ajudar estes executivos a criar e manter relacionamentos com um maior número de funcionários de forma mais eficiente.

Capital Emocional

O conceito de Capital Emocional foi estabelecido pelos autores como uma dimensão de outro conceito definido na sociologia, o de Social Capital, originalmente apresentado por James Coleman em um paper escrito em 1988. Ele não se refere a uma entidade, mas sim a um conjunto de atributos que constituem um grande patrimonio da empresa. Compreender claramente o que significa este conceito e saber valorizá-lo é chave. 

Neste contexto, o que leva funcionários a juntarem-se a comunidades internas? Basicamente eles procuram e esperam encontrar Autenticidade, Orgulho, Engajamento e Diversão. Estes são os 4 pilares do conceito de Capital Emocional e ferramentas de Social Media podem ajudar executivos a construir este importante patrimonio para a empresa. Vamos analisar brevemente cada um deles:

Autenticidade

"Walk the talk", ações que correspondem às palavras. Ser autêntico. Segundo a pesquisa, este é o pilar mais importante. A liderança da empresa deve lançar mão da rede social, mas sem artificialismos. Não podem haver duas personalidades. Não se pode criar um "avatar" que não corresponde a realidade. A percepção de autenticidade dos executivos na rede social corporativa, pelos demais funcionários, é chave para o sucesso do projeto.

Na IBM, por exemplo, a liderança executiva utiliza a rede social interna para compartilhar informações corporativas e assuntos relacionados à estratégia. Já abordamos este tema aqui quando Virginia "Ginni" Rometty assumiu a posição de CEO da IBM. Ela recebe questionamentos e comentários de IBMistas de todo o mundo. E os responde. Pessoalmente. Ela não delega esta missão para assistentes. Isso é autenticidade.

Orgulho

Por orgulho deve-se enteder aqui o sentimento de realização de funcionários ao terem seu trabalho reconhecido. Este reconhecimento é combustível para novas contribuições. Claramente o reconhecimento por premiação financeira faz diferença. Mas, em um mundo cada vez mais "social" o reconhecimento dos colegas de trabalho é altamente motivador.

Mais uma vez, utilizando o exemplo interno, qualquer funcionário da IBM pode reconhecer o trabalho de um colega utilizando o que chamamos de "Blue Thanks!". É uma forma de reconhecimento público, de agradecimento.

Engajamento

O sentimento de pertencer a um grupo, de fazer parte da comunidade, da empresa, contribui para que os funcionários sejam mais fieis aos objetivos da companhia, que se dediquem mais. Ainda hoje se questiona quando utilizamos uma rede social corporativa para tratar de assuntos não diretamente relacionados com o trabalho. No entanto, é exatamente aí que fortes elos podem ser formados entre os funcionários e a criação de uma comunidade "de fato" acontece.

É importante lembrar que, diferentemente de outros sistemas, quando falamos de uma rede social corporativa não podemos impor comportamentos. Não é como a implementação de um sistema de ERP, onde funcionários são obrigados a trabalhar em um novo formato. É simplesmente impossível forçar funcionários a colaborar. Ou alguem já recebeu uma ordem do tipo "você precisa colaborar 3 vezes ao dia"?

Diversão

O último pilar é o mais peculiar de todos. Não podemos cair na armadilha de censurar e restringir determinados comportamentos na RSC. Pelo contrário, dar espaço para criatividade é fundamental. Que tal um concurso de vídeos feitos pelos funcionários para compartilhar melhores práticas em uma determinada área da empresa? Sim, ter diversão em uma RSC é um componente que ajuda a construir um ambiente mais aberto e, consequentemente, fomenta a inovação. Have fun!

Conclusão

A conclusão do trabalho dos dois professores é que um projeto de Rede Social Corporativa não deve limitar-se às plataformas de tecnologia. Os aspectos relacionados com o Capital Emocional, como descritos no estudo, devem ser abordado de forma séria e com muita disciplina.

Recomendo a leitura do artigo original, onde o tema é tratado com mais profundidade e dois casos são analisados e comparados.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Como começar sua Rede Social Corporativa?


Já falamos bastante sobre Social Business, seus principais benefícios, desafios e riscos. Também conversamos bastante sobre os aspectos relacionados ao Fator Humano e vimos a importância de dar um tratamento adequado a esta dimensão do projeto. No entanto, regularmente em conversas que tenho com clientes uma questão comumente vem a tona. Por onde começar? 

A resposta a esta pergunta não é simples e demanda metodologia e critério. Antes de dar início a um projeto de Rede Social Corporativa (RSC) é fundamental fazer um estudo detalhado com o objetivo de identificar os melhores Casos de Uso. Trata-se de um passo fundamental para o sucesso do projeto. A análise deve ser cuidadosa, deve levar em consideração um conjunto de fatores bem específicos e deve ser compartilhada com os líderes da empresa, para contar com o suporte de todos. O resultado deste estudo vai apontar uma lista de sub-projetos, uma relação de executivos suportando cada um deles, métricas de acompanhamento e um cronograma de execução. E como isso pode ser feito? 

Passo 1: Introdução de Conceitos e criação de uma "Visão Compartilhada"

Em primeiro lugar, antes mesmo de se pensar nos sub-projetos, deve-se identificar um grupo de executivos e líderes que suportarão o projeto. Um workshop específico para eles deve apresentar os conceitos de Social Business, Neste primeiro momento, é importante diferenciar Social Business de Redes Sociais. A comparação com redes sociais abertas como o Facebook é frequênte e é uma das principais armadilhas deste tipo de projeto. Podemos identificar duas dimensões de diferenciadores: 

  • Dimensão 1: Aspectos relacionados com Tecnologia de Informação (TI)Com relação aos aspectos relacionados com TI e que diferenciam uma RSC de uma rede social aberta, vale reforçar alguns pontos. Um bom início é mostrar que existem preocupações específicas do mundo corporativo, que não estão devidamente implementadas do lado de fora do firewall. A primeira, e talvez a mais importante, está relacionada com segurança. A quantidade de informação que é gerada e compartilhada em uma RSC é enorme e precisa ser devidamente protegida de acesso indevido. Para isso, a solução deve estar integrada com a arquitetura de segurança da empresa, garantindo controle de acesso adequado. Cada informação gerada deve ser devidamente protegida e níveis diferentes de segurança devem ser implementados.

    Outro exemplo bem interessante. Ainda não conheci uma pessoa que faça back-up do conteúdo que tem no Facebook. Quando falamos de uma empresa, isto é fundamental. As informações que são compartilhadas em uma RSC precisam ser armazenadas de alguma forma e não estão limitadas a comentários, a fotos compartilhadas ou a votos de "feliz aniversário". Que dizer dos inúmeros arquivos compartilhados? E das comunidades criadas para compartilhar melhores práticas? Tudo isso precisa ser devidamente armazenado pois trata-se de conhecimento gerado na empresa e que deve ser reutilizado.

    Um terceiro aspecto é a integração com os sistemas legados da empresa. Estamos falando de uma RSC e, portanto, é fundamental que não seja simplesmente mais um sistema e, pior ainda, totalmente isolado do restante. Se sua empresa possui um ERP, integre a RSC com ele. Que tal permitir que determinadas ações do ERP* sejam tomadas diretamente na RSC, sem a necessidade de ficar saltando de um aplicativo para o outro? E seu correio eletrônico, por que não ter acesso ao mesmo pela rede?
  • Dimensão 2: Motivação de uso

    A segunda dimensão que diferencia uma RSC de uma rede aberta é o motivo que leva a seu uso. Para que usamos o Facebook? Para diversão, para fazer contato com amigos, para divulgar nosso trabalho, enfim, para um sem número de atividades que estão relacionadas normalmente com nossa vida pessoal. Empresas usam o Facebook para divulgar seus produtos e serviços através de Fan Pages. Também usam como um canal para obter sugestões e feedbacks de seus clientes.

    Quando falamos em uma RSC, os motivos de uso são diferentes. Usualmente, os objetivos são colaboração entre equipes, compartilhamento de informações, inovação, desenvolvimento de novos produtos e outros mais. Todos, normalmente, relacionados com colaboração. A principal diferença entre os dois ambientes, no entanto, é que a RSC está diretamente relacionada com os objetivos de negócio da empresa, 100%. E, por isso, deve ser tratada como uma plataforma de trabalho e não de entretenimento. Já participei de muitas discussões sobre RSCs e cada vez mais vejo que o termo não é o mais adequado e gera muitos problemas de entendimento. 

Neste primeiro workshop, os conceitos acima devem ser discutidos com os líderes do projeto. Este é o momento de garantir que todos tenham uma visão clara e, principalmente, correta do que se pretende fazer e atingir. É nesse momento que criamos uma visão compartilhada, que é fundamental para que o projeto tenha o suporte executivo que precisa para ser um sucesso. Invista tempo neste momento, faça uma apresentação única para todos, para que todos tenham a mesma visão. Se possível, junte os líderes em uma única apresentação e fomente a discussão entre eles. É a melhor forma para que todos tenham a mesma visão. 

Em um segundo momento, agende entrevistas individuais com cada um dos executivos. Uma conversa aberta ajuda a identificar problemas, pontos de preocupação e muitas oportunidades de trabalho. O ideal é ter um modelo estruturado de entrevista, para servir de guia para a conversa e garantir que a reunião seja efetiva. O objetivo é identificar casos de uso para cada área. 

Passo 2: A criação de um Roadmap

O primeiro workshop e as entrevistas com os líderes do projeto auxiliaram na identificação de uma lista de "candidatos a sub-projetos". O trabalho agora é analisar cada um deles. E, novamente, temos duas dimensões para analisar: esforço e benefício. Para cada um, vamos avaliar os benefícios para a empresa e o esforço de implementação. Os melhores casos para começar o trabalho são aqueles que demandam menor esforço e que trazem os maiores benefícios. São chamados de "quick wins". Precisamos, então, estudar em detalhes os sub-projetos identificados e eventualmente buscar mais informações. 

  • Benefícios:

    Existem casos típicos em que os benefícios estão limitados a uma unidade de negócio ou até mesmo a um pequeno grupo de funcionários. Por outro lado, existem aqueles que tem uma abrangência corporativa, que levam benefícios para todas as áreas. Qual deles escolher? A resposta depende de uma visão clara do Nível de Maturidade da empresa para RSCs. Se a empresa ainda está em um nível baixo de maturidade, a melhor estratégia pode ser conquistar aos poucos, trabalhando com projetos menores no início, até que se tenha uma visão mais clara e, principalmente, compartilhada, dos benefícios que a solução pode trazer. Já se a empresa tem uma cultura mais aberta para o trabalho com uma ferramenta deste tipo, vale buscar projetos que tragam benefícios mais amplos.


  • Esforço:

    Cada sub-projeto vai demandar um esforço de implementação próprio. Qual o nível de integração necessário com outros sistemas já implementados na empresa? Será necessário desenvolvimento? Em caso positivo, qual a complexidade do mesmo? Um sub-projeto com baixo nível de desenvolvimento é um bom candidato pois, em tese, pode ser colocado em produção em menos tempo. E quanto a integração, o sub-projeto demanda esforço para compartilhar dados com outros sistemas? Precisa, por exemplo, buscar informações em um Sistema Integrado ou em um Sistema de Recursos Humanos? 

Uma vez que se tenha feito um mapa relacionando Esforço e Benefício (E&B) para cada sub-projeto, é possível fazer uma análise mais criteriosa e definir por onde começar. Neste momento, deve-se elaborar um planejamento, um roadmap, definindo o primeiro sub-projeto a ser implementado e quais devem seguir. Para cada um deles, deve-se deixar claro, além da dupla E&B, qual a demanda de pessoal, tempo estimado e recursos de TI necessários. Desta forma, temos um mapa claro de trabalho. 

Para finalizar esta parte dos trabalhos, os resultados devem ser compartilhados com o time executivo do projeto. Em um workshop, devem ser discutidas as conclusões obtidas e, em conjunto, obter um acordo sobre o roadmap de implementação. 

Passo 3: A implementação

Uma vez definido por onde começar o projeto da RSC, mãos a obra! A partir daí temos um projeto claro que precisa ser tocado com disciplina e gerenciado com as técnicas comuns de Gerência de Projeto. Existem duas variáveis que precisa ser consideradas aqui: Adoção e Gestão de Mudança. Como um projeto de RSC envolve fatores humanos, além dos de TI, precisamos cuidar de alguns aspectos associados com a adoção da RSC. Diferentemente de um projeto de implementação de um sistema integrado (ERP), onde seu uso é obrigatório para todas aquelas funções que passaram a ser automatizadas por ele, em um projeto de RSC não se pode, simplesmente, obrigar pessoas a colaborar. É preciso mostrar o valor do sistema, conquistar seus usuários. E isso demanda cuidado especial. 

Além disso, a questão da Gestão de Mudança é importante. Uma RSC tem, normalmente, impacto em aspectos culturais e organizacionais. O gráu deste impacto depende do tamanho da empresa, da sua cultura e de sua maturidade. 

Conclusão

Os três passos descritos acima ajudam a entender melhor as demandas de uma empresa com relação à colaboração e a identificar por onde começar um projeto de RSC. Claro que, devido às restrições de espaço de um post, esta é uma visão simplificada. Minha missão, nos últimos 4 anos, tem sido exatamente a de executar os workshops associados aos passos acima, conhecidos como "Social Business Agenda". 

O resultado são projetos com uma visão compartilhada, suporte executivo e um roadmap claro de implementação. Todos estes fatores colaboram para que se tenha um projeto de sucesso. * Uma análise deve ser feita para identificar pontos de integração, que podem ser diferentes, dependendo do ERP utilizado.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Por favor, não conta pra ninguém, vou contar só para você! - Parte 2

A discussão sobre privacidade online, tratado no meu último post. me perseguiu durante a semana. Fui questinado, sabatinado, em alguns casos quase que interrogado. O tema é simplesmente complexo, multi-disciplinar e, claro, controverso. Meu objetivo não foi causar pânico e, sim, fazer pensar. Afinal, a privacidade é um assunto que deve ser tratado a sério. Além disso, a raíz de todos os problemas associados com a falta de privacidade está, em tese, sob nosso controle.

Ao colocarmos dados pessoais na Internet, seja no Facebook, em outros sites de relacionamento, em sites de provedores de serviços médicos, serviços bancários e outros mais, abrimos mão do controle total sobre eles. Quando fazemos isso, sua gestão passa para o controle de terceiros. Assim como a segurança dos mesmos. Exatamente o mesmo acontece em nossas empresas. Ao comentarmos sobre assuntos confidenciais, estamos expondo a empresa a perda de informações.

O vídeo apresentado neste post é bem interessante. Foi feito pelo banco belga Febelfin e mostra um suposto vidente, fazendo previsões para pessoas escolhidas aleatoriamente na rua. É uma boa mostra da importância de tratar o tema Privacidade Online da forma adequada.

sábado, 22 de setembro de 2012

Por favor, não conta pra ninguém, vou contar só para você!


Na última quarta-feira, dia 19, participei de um evento organizado pela Prodesp, o Seminário de Tecnologia Prodesp 2012. Um evento muito bem organizado onde, durante dois dias, gestores e profissionais técnicos do governo e especialistas do mercado de TI, se reuniram para discutir desafios, tendências e soluções no uso das tecnologias da informação e comunicação no setor público. Fiz  apresentação sobre Redes Sociais Corporativas (RSC) no setor público. Quando terminei, fui procurado por um dos participantes que estava preocupado com a questão da privacidade neste novo ambiente. Conversamos, então, sobre um dos temas mais complexos e espinhosos em relação às redes sociais.

Alcance e Velocidade

Em primeiro lugar, é importante entender que esta preocupação não nasceu devido ao surgimento das Redes Sociais. Privacidade é uma questão antiga, que acompanha a evolução da humanidade. Durante os últimos séculos assistimos a transformações mais fortes no seu significado, principalmente devido ao surgimento de novas tecnologias e mídias, que tem a capacidade de levar informações mais longe e, principalmente, mais rápido. 

Até meados do século XV, os livros eram escritos a mão, o que consumia muito tempo e fazia com que o número de cópias de cada unidade fosse baixo. A posse de informação era de poucos e a mesma não era compartilhada. Neste cenário, informações pessoais e confidenciais eram mantidas em um círculo muito restrito de pessoas. Porém, como já disse, desde sempre o ser humano teve problemas com privacidade e, mesmo naqueles longínquos tempos, algumas vezes, as fofocas dos vizinhos e amigos mais próximos fazia com que um determinado assunto "caísse no ventilador", tornando-se público e causando danos a reputação de alguns. Obviamente, o tamanho do estrago era relativamente pequeno pois o alcance da fofoca ficava restrito a uma comunidade ou vila.

A invenção dos tipos móveis por Gutemberg, por volta de 1439, marcou o início de um movimento sem volta.  Ela permitiu a produção em escala de livros e, mais tarde de revistas, como as especializadas em fofoca, que cumprem o papel de jogar ao vento informações pessoais, papel antes restrito aos amigos mais próximos e com alcance limitado. O impacto social das revistas de fofoca, específicamente, foi enorme. Pessoas passaram a serem tratadas como "figuras públicas" e até hoje existe uma enorme discussão sobre a privacidade destas pessoas. Atualmente, políticos e artistas são tratados desta forma, causando inúmeros constrangimentos à eles e a sociedade. As revistas de fofoca, e os livros, em geral, aumentaram o alcance das informações, sejam elas públicas ou não, para uma nova escala.

Coube às redes sociais o último movimento, ao amplificar em uma escala exponencial, o alcance das informações. Atualmente, uma informação colocada no Facebook, por exemplo, pode atingir literalmente dezenas de milhões de pessoas, em questão de minutos. Alcance e velocidade são duas variáveis importantes no mundo das redes sociais e que estão ajudando a dar um novo significado a palavra "privacidade".

Privacidade

Neste cenário, toda uma nova geração está crescendo, consumindo redes sociais em casa, na rua, nas escolas e universidades. Com uma facilidade impar, compartilham informações que poderiam ser facilmente consideradas "privadas", há menos de uma década. As informações são então colocadas no enorme ventilador que é o Facebook e, em menos de um segundo, deixam de ser "segredo".

Não sou sociólogo e nem tenho pretensões de fazer uma análise profunda, mas é nítido que estamos assistindo a uma transformação significativa na história da humanidade que terá impactos na forma como vivemos daqui pra frente. Esta nova geração chega ao mercado de trabalho com um conceito de privacidade totalmente modificado em relação ao das gerações anteriores. E, neste cenário, é fundamental que se tenha um processo de educação corporativa. É claro que existem diferenças entre os segredos pessoais e os corporativos. Porém, nos dois casos, o vazamento de informações pode causar danos. Para o indivíduo, pode afetar sua reputação, empregabilidade e até mesmo sua posição social. Para uma empresa, os danos podem até mesmo causar seu fim.

Desta forma, e pensando no mundo corporativo, é fundamental que se deixe claro o que pode e o que não pode ser feito, com uma política corporativa, um guia de comportamento e etiqueta. Vazamento de informações corporativas é algo que sempre pode acontecer, seja em um bar com amigos, pelo telefone um em uma reunião social qualquer. Com a devida educação, problemas desse tipo podem ser reduzidos.

De qualquer forma, o elemento mais importante no processo de garantia de privacidade é e sempre será cada um de nós. A quebra de privacidade vai sempre iniciar por uma ação individual (ou em grupo). Comportamento adequada é, portanto, a chave para minimizar problemas. 

Afinal, quantas vezes não ouvimos "por favor, não conta para ninguem, vou contar só para você!".

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

IBM Connections 4 e as "Embedded Experiences"

A IBM acaba de lançar a versão 4 do Connections (O IBM Connections 4, IC4), a plataforma para Social Business, para o desenvolvimento de Redes Sociais Corporativas. O IC4 vem recheado de novidades que refletem um extenso trabalho em conjunto com clientes em todo o mundo, que participam do desenvolvimento do produto com sugestões extremamente ricas. Uma das grandes novidades é a implementação das Embedded Experiences (EE) diretamente no Activity Stream (AS). Trata-se de uma sacada super interessante que tem como objetivo simplificar a vida do usuário final e facilitar o desenvolvimento de interfaces para integração do produto com outros sistemas.

Quando falamos de Redes Sociais Corporativas é fundamental entender que uma solução deve ser capaz de se integrar com outros sistemas já em uso em um cliente. Redes Sociais abertas como o Facebook, por exemplo, não tem essa necessidade, nem mesmo compartilham do mesmo objetivo de se integrar com outros ambientes. No entanto, caso um cliente tenha um ERP como o da SAP, por exemplo, ele pode desejar que o Connections se comporte como a principal interface, onde o usuário possa executar sua ação, sem precisar mudar para o cliente do SAP. Com as EEs, isso é possível. Basta que se clique sobre a entrada publicada no mural (Activity Stream) e, na janela que se abre, tome a ação desejada, suportado por informações contextualizadas. Na figura abaixo, vemos a janela da EE aberta e um formulário do SAP apresentado para preenchimento pelo usuário. Sem ter que sair do Connections, o membro da rede pode resolver tudo alí mesmo. E, em tese, esse comportamento pode ser o mesmo para qualquer sistema ou aplicação (desde que, é claro, se respeitem as regras de desenvolvimento).


As EEs são uma forma extremamente elegante de organizar o trabalho no Connections, flexibilizando a solução, ao permitir integração com outros sistemas, e mantendo uma interface simples e limpa para o usuário final. Ao oferecer um formato único para a integração de outras aplicações, também facilita a vida do desenvolvedor. Ele conta com uma forma simplificada e, principalmente, bem estruturada para desenvolver a integração de outros sistemas com o Connections.

Uma forma de se entender melhor as EEs é fazer uma analogia com a ação "clicar no botão direito do mouse". Nos dois casos, o que aparece é um conjunto de ações e informações contextualizadas. Na prática, os dois modelos são bastante similares. As EEs, no entanto, ainda são mais poderosas pois são mais do que simplesmente um menu top-down. 

Embedded Experiences utilizam Open Authorization (OAuth) para autenticação. OAuth faz parte da especificação OpenSocial e, basicamente, permite que um widget tenha acesso a conteúdo seguro em outros sistemas, depois que um usuário tenha delegado acesso ao widget. Para entender mais sobre EEs e aprender a desenvolver widgets no padrão, visite Embedded Experiences.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Explora! Pesquisa: Que dispositivos você utiliza para acessar a Redes Sociais?

No início de março iniciei uma pesquisa aqui no Explora! para ter uma visão mais clara sobre quais seriam os dispositivos mais utilizados para acesso às Redes Sociais. Durante os últimos seis meses recebemos mais de 30 mil acessos e responderam a pesquisa 6.127 visitantes. Obviamente os resultados abaixo não podem ser encarados como sendo fruto de uma pesquisa com rigores acadêmicos formais mas é uma boa mostra dos caminhos que estão sendo utilizados para acesso às Redes Sociais Abertas. Vejam, abaixo, a fotografia final, tirada hoje, 31 de agosto.


Interessante notar que o acesso através de Notebooks ou Desktops ainda prevalece quando o comparamos de forma individual com outras alternativas, com 36% das respostas. No entanto, 64% dos usuários já acessam as RSs através de outros dispositivos, em sua maioria móveis. Em um distante segundo lugar vem o iPad (14%) e, logo na sequência, o iPhone (13%) e smartphones rodando Android (13%). Esta mudança no comportamento confirma solidamente os sinais que vem sendo apresentados pelo mercado de crescimento no uso de dispositivos móveis para acesso à Internet e às Redes Sociais.

Impactos no mundo corporativo

Há bem pouco tempo, quando falavamos no uso de um aparelho celular para acesso a um sistema corporativo imaginavamos uma interface pobre e preparada para ser utilizada em ambientes com baixa velocidade de acesso e qualidade. Isto mudou e, atualmente, os dispositivos móveis, principalmente Smartphones e Tablets, transformaram-se em poderosas ferramentas de trabalho. Mais do que isso, ao serem utilizadas da forma correta podem contribuir para o aumento da produtividade, ao permitir acesso aos sistemas corporativos 24x7.


Na IBM, por exemplo, aproximadamente 100 mil funcionários (quase 25% da força de trabalho global) utilizam smartphones ou tablets para comunicar, colaborar e para se conectar. Para que se tenha uma força de trabalho realmente engajada e flexível, é fundamental definir uma estratégia, um roadmap, com ações que tratem de questões de Infraestrutura, Integração de Sistemas e Segurança, por exemplo. 

Os resultados apresentados na pesquisa apontam na mesma direção que outros estudos realizados recentemente. Este é um sinal de que mobilidade deve integrar a lista de projetos de qualquer CIO. Conhecer metodologias e tecnologias (como a IBM Mobile Enterprise) para suportar este novo ambiente de trabalho é, portanto, fundamental.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

FecomercioSP discute a formação de capital humano

Um dos temas mais importantes e discutidos atualmente no Brasil está relacionado com a qualidade da mão de obra. E todos sabemos da importância de uma boa formação acadêmica para que o mercado tenha os profissionais com o nível necessário de qualificação. Este é um dos nossos grandes desafios e mobiliza tanto o governo quanto entidades não-governamentais. 

O "Conselho de Criatividade e inovação" da FecomercioSP realizará no dia 4 de setembro um debate para discutir este tema. Fui convidado para participar apresentando como as Redes Sociais Corporativas podem ajudar no desenvolvimento profissional e, consequentemente, fomentar inovação e competitividade.

Participarei do debate junto com:

Adolfo Melito                  - Presidente do Conselho de Criatividade e Inovação
André Sacconato             - Diretor de Pesquisas da Brain
Luiz Felipe D’Avila          - Presidente do Centro de Liderança Pública
Luiz Edmundo Rosas      - Diretor de Educação da ABRH
Claudia Coelho Hardagh  - Professora doutora do Centro Universitário Senac

O uso de Redes Sociais Corporativas tem auxiliado muitas empresas no processo de formação profissional. Ao incentivar as conexões entre profissionais de áreas e, em alguns casos, até mesmo países distintos, a empresa faz com que conhecimento seja compartilhado aumentando a inteligência coletiva da empresa.

Uma das formas mais utilizadas de Redes Sociais Corporativas para formação profissional é atraves do coaching, onde profissionais mais experientes contribuem para o desenvolvimento daqueles que ainda estão em início de carreira. O coaching é feito via compartilhamento de documentos, discussões em fórums ou através de blogs temáticos. Pode ser formal ou informal, acontecendo de forma expontânea. 

Outra forma utilizada para desenvolvimento profissional acontece através da participação em comunidades especificamente criadas para este fim. É bastante comum em processos de onboarding, por exemplo, quando novos funcionários são convidados para participar de comunidades específicas para apresentá-los à empresa e a seus novos colegas de trabalho. Tipicamente, profissionais podem serguir um roteiro de atividades que vai acelerar seu processo de integração a nova empresa ou função. 

E na sua empresa, como você imagina que uma Rede Social Corporativa pode auxiliar no processo de formação de melhores profissionais?

Participe!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

IBM anuncia intenção de adquirir a Kenexa, líder em soluções de RH


A IBM anunciou, segunda-feira, 27 de agosto, a intenção de adquirir a empresa Kenexa, líder em soluções para recrutamento e gerenciamento de talentos, por US$ 1.3 Bilhão. Com escritórios em 21 países e mais de 8900 clientes (entre eles, mais da metade das companhias listadas na Fortune 500), a empresa oferece uma ampla gama de serviços de RH como, por exemplo:
  • Recrutamento
  • Onboarding
  • Compensação
  • Gestão de Educação e Treinamento
  • Gestão de performance
  • Soluções governamentais
A aquisição fortalece o posicionamento da IBM na área de Social Business, um dos seus pilares estratégicos de crescimento, e vai suportar empresas em sua jornada social, conectando funcionários, parceiros de negócio e clientes de forma única. As soluções da Kenexa são oferecidas como uma combinação de serviços em nuvem e consultoria, para integrar pessoas e processos, permitindo que empresas utilizem métricas e ferramentas de business analytics para criar uma Smarter Workforce.

Segundo o último IBM CEO Study, 57% dos CEOs identificaram Social Business como uma prioridade e mais de 73% estão fazendo investimentos na área. Além disso, 70% dos entrevistados citaram "capital humano" como sendo o fator isolado mais importante para suportar valor economico. Empresas de todos os tamanhos e indústrias estão procurando formas de aumentar a eficiência de sua força de trabalho e, ao mesmo tempo, obter mais informações e insights sobre informações de negócio.

"The Kenexa acquisition will complement IBM's social business and HR business services leadership. More than 60 percent of Fortune 100 companies have licensed IBM's solutions for social business. Through its combination of social software, analytics, content management, and deep industry expertise, IBM is uniquely positioned to help organizations capture information, create insights and generate interactions that translate into real business value."

É importante entender este movimento da IBM como uma demonstração clara de que a empresa planeja posicionar-se como a principal fornecedora de soluções para Smarter Workforce no mundo. Para isso, integrará suas linhas de Social Business, Cloud e Business Analytics com as soluções da Kenexa e suas práticas de consultoria.

Mais informações em:

Obs.: A IBM espera que a transação seja efetivamente fechada no último trimestre deste ano, sujeita a aprovações de entidades reguladoras, dos acionistas da Kenexa. O atual anúncio é de Intenção de Compra e segue as regras da SEC sobre empresas com ações listadas nas bolsas de valores americanas.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Redes Sociais e Protetor Solar com FPS 100



Você está pronto para se expor no Facebook compartilhando informações sobre sua vida pessoal? Você publica fotografias de família? Fala sobre suas férias e os lugares que visitou? E em uma Rede Social Corporativa (RSC), também está disposto a mostrar quem você é compartilhando projetos e experiências profissionais? Você participaria de grupos de trabalho colaborando com seu conhecimento para o atingimento de objetivos de negócio? Parecem perguntas similares, mas no fundo são bem diferentes. As motivações em uma rede social aberta são distintas daquelas que sustentam uma RSC. E essa "pequena" diferença, faz com que o resultado da sua exposição ou não seja radicalmente diferente.

Um estudo realizado no ano passado por dois professores da Boston University identificou quais são os principais motivos pelos quais pessoas usam o Facebook (ou redes sociais abertas, de forma mais ampla). Sua conclusão mostrou que os usuários procuram atender a duas necessidades básicas do ser humano: (1) a necessidade de pertencer a um grupo e (2) a necessidade de auto-apresentação (entenda-se, por auto-apresentação, todo o processo por trás da criação de um profile, representando uma personalidade idealizada online). Basicamente, a característica agregadora do ser humano atrai as pessoas para as redes sociais abertas, onde buscam entretenimento, informação e amizades.

Já as principais motivações em uma Rede Social Corporativa são colaborar, inovar e aumentar a produtividade. Como se vê, o que atrai um profissional para uma RSC é a possibilidade de produzir de forma mais efetiva, mais rapidamente e gerando resultado para a sua empresa. Neste contexto, São motivações distintas.

O problema é que em ambos os casos existe o fator "exposição". Ao produzir um texto, publicar uma foto ou até mesmo ao comentar uma publicação, a pessoa se expõe a críticas de terceiros. Minha experiência tem  mostrado exatamente isso nos últimos 4 ou 5 anos. Eu iniciei este blog em 8 de agosto de 2007, portanto há exatos 5 anos. Frequentemente recebo comentários para os posts que publico, ou por escrito ou pessoalmente. O mesmo se passa no Facebook, no Twitter e no Instagram. Para cada publicação, reações de terceiros são as mais variadas. Existem aqueles que elogiam e também aqueles que criticam.

Tanto no mundo corporativo quanto na vida pessoal, é fundamental estar preparado para este tipo de coisa. A "exposição" faz parte do processo e, mais importante ainda, faz com que saibam quem você é, qual sua proposta de trabalho, que valor pode agregar e muito mais. Atualmente, proteger-se desta exposição não é um comportamento valorizado. Profissionais que não compartilham seu conhecimento são cada vez menos procurados, como já discutimos aqui anteriormente no post "Informação é Poder X Compartilhar é Poder". No mundo virtual das redes sociais diferentes personalidades convivem, como vimos em "A Personalidade do seu Avatar". 

Já encontrei "avatares" de todos os tipos. No entanto, os que vejo ganhar mais destaque são os que sabem se posicionar, se promover e, principalmente, criar os relacionamentos adequados em uma RSC. Proteger-se, escondendo-se nos labirintos da sua RSC pode prejudicar sua carreira. Já pensou nisso? Você conhece seu potencial? Sabe posicionar-se da forma correta? Ou utiliza um protetor solar com FPS 100?

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Rowan Gibson, o Mr. Innovation, no IBM Forum 2012


Rowan Gibson tem o apelido de "Mr. Innovation". Ele escreveu dois livros que se transformaram em bestsellers, o primeiro em 1996, "Rethinking the Future" e o segundo em 2008, "Innovation to the Core", que Já foram traduzidos para 25 idiomas. Poucos profissionais chegaram ao seu nível de reconhecimento quando o assunto é inovação. Exatamente por causa disso, ele é um dos palestrantes mais disputados no mundo. Nos últimos quatro anos ele fez apresentações e participou de seminários e aulas em 51 países. Hoje, 15 de agosto, ele fez a palestra de abertuda do primeiro dia do IBM Forum 2012. O tema? Inovação.

Sua apresentação foi centrada em mostrar que para que uma empresa tenha crescimento sustentável, tem que inovar, sempre. A inovação é um processo contínuo e deve ser pervasivo, atingindo a todos e não ficar restrita ao departamento de Pesquisa & Desenvolvimento. Ele criou o modelo das "4 Lentes". Basicamente, sua idéia é que, para ser inovador, um profissional deve lançar mão deste modelo. Seus quatro pontos são:
  1. Seja questionador (challenging Orthodoxies) - A inovação está diretamente associada com aqueles que questionam, que desafiam o status quo, que aceitam os riscos de pensar diferente. Quantas vezes ouvimos "isso não vai dar certo"? Esta frase é a representação perfeita do momento em que a inovação é descartada, não incentivada.

    Como exemplos de empresas que souberam utilizar esta lente ele cita a Dyson (eletrodomésticos com design e funcionalidades inovadoras), a Swatch, a Southwest Airlines e a Pringle Prints. Este último merece destaque especial. Afinal, batata frita é batata frita. Quem iria pensar em literalmente imprimir textos em uma simples batata frita? Pois a P&G fez isso e lançou uma linha especial de batatas com textos impressos (records, piadas, curiosidades, etc).

  2. Estude e pegue carona nas tendências (harnessing trends) - Mais do que simplesmente identificar quais são as principais tendências no mercado, estude-as e entenda como é possível literalmente "pegar carona" nelas. Seu principal exemplo aqui é a eBay. Todos sabemos que guardamos objetos em casa que raramente são utilizados. Nos EUA, é bastante comum vermos as Garage Sales, onde estes objetos são vendidos alí mesmo, na garagem. Que tal se existisse um local, online, onde fosse possível vender estes objetos? A eBay trouxe o conceito para o mercado e se transformou em referência.

  3. Conheça e utilize seus recursos (leveraging resources) - Quais são suas principais competências? Quais são seus assets estratégicos? Conhecendo-os bem, pergunte-se, você realmente está utilizando-os da melhor forma possível? Está subutilizando-os? 

    A Disney é citada como empresa que soube identificar bem suas competências e inovar abrindo outras áreas de negócio. Que tal participar de aulas de inglês com os personagens da Disney? Pois foi exatamente o que eles fizeram e abriram uma linha de negócio inteiramente nova. E não se limitando a aulas de inglês. Criaram um programa internacional, totalmente alavancado pelo mundo mágico que eles criaram.

  4. Conheça seu cliente (understand the client) - parece simples, mas será que todos conhecemos bem nossos clientes? Sejam eles internos, externos, diretos ou indiretos, será que sabemos exatamente o que ele quer? Existem muitas oportunidades ainda não exploradas aí. Alguem, algum dia, pediu para a Google inventar uma ferramenta de buscas? Quem pediu para a Apple inventar o iPad? E quem pediu para a IBM inventar o PC? Todos estes exemplos mostram empresas que inovaram com base no conhecimento que tem do mercado, com base em insights com objetivos claros.

    Os tempos mudaram. No passado, dizia-se que "o cliente é rei". A versão do século XXI desta frase é "o cliente é Deus".
As quatro lentes, quando bem utilizadas, podem ser uma ferramenta importante para auxiliar na inovação em empresas de qualquer porte, de qualquer segmento. E como fazer para que tudo isso aconteça e para que tenha valor para uma empresa?

Segundo Rowan Gibson, basicamente são necessárias três condições:
  1. Time and Space for Innovation - É preciso dar tempo, espaço, condições para que a inovação ocorra.
  2. Diversity of thinking - "se você pretende competir globalmente, precisa entender que 80% do mundo não é branca e que metade não é composta por homens".
  3. Connection and conversation -  De acordo com o Professor Ronald Burt, da Universidade de Chicado, "Employees who are better connected across the organization generate higher quality ideas than those with limited connections".
Não há como ignorar o enorme potencial que existe ao unirmos sua teoria com as redes sociais corporativas (RSC). Ao implementar uma RSC criamos as condições para que cada funcionário utilize as "quatro lentes" e transforme-se em um inovador, trazendo valor para a empresa.

O IBM Forum 2012

O primeiro dia do IBM Forum 2012 foi super interessante. Começou com a palestra de Rowan Gibson, seguiu com Bruno di Leo apresentando o CEO Study 2012 e encerrou a parte da manhã com um painel de CEOs. Participaram Edson Bueno, da Amil, Fabio Barbosa, do Grupo Abril, Horácio Lafer Piva, da Klabin, Pedro Wongtschowski, do Grupo Ultra e Thomaz Menezes, da Sul América.

Na parte da tarde, dentre inúmeras sessões, destaque especial para a Petrobras e a Cemex, que compartilharam suas experiências. Miguel Angel Lozano, Corporate Innovation Executive da Cemex apresentou seu Projeto Shift, um enorme sucesso em termos de Rede Social Corporativa suportado pela tecnologia IBM Connections. Um verdadeiro show mostrando como uma RSC pode influenciar diretamente na Inovação Corporativa.

E amanhã tem mais, com Jim De Piante - Executivo do IBM Research que participou da criação do Watson, um sistema de inteligência cognitiva que marca uma nova era no uso de inteligência artificial. Jim apresentará os bastidores de sua criação e seus impactos na forma como a tecnologia será usada pelas empresas e pela sociedade. Depois um painel com CIOs. E muito mais na parte da tarde, com clientes apresentando casos de sucesso.

Para quem não esteve presente, abaixo o vídeo apresentado na abertura do evento.