sexta-feira, 19 de março de 2010

Nosso Líder (?)

Não gosto de comentar sobre política e nem sou grande especialista em economia mas preciso fazer um comentário sobre a coluna de hoje de Míriam Leitão, no jornal O Globo. Trata-se de uma crítica ao nosso presidente com relação à atenção que ele vem dando a questão dos royalties do petróleo.

Vou fazer minhas, as palavras de Míriam Leitão: "Chega a ser cômico que Lula esteja se propondo a ser mediador do intratável conflito do Oriente Médio, assunto entregue às grandes potências desde sempre, enquanto no Brasil os estados se acusam e se dividem e as populações se mobilizam. E tudo que Lula tem a dizer é que a bola é do Congresso.".

Afinal, é isso o que esperamos de um presidente que foi eleito pela maioria da população? É isso o que sustenta tamanha aprovação com relação ao seu mandato?

A chance de mudar está 6 meses a nossa frente, nas eleições. Será que dessa vez conseguiremos fazer alguma mudança???

Aproveitando, recomendo a leitura da coluna da Míriam Leitão. Ela tem escrito textos bem interessantes sobre a questão dos royalties. E não são mergulhos no universo hermético dos economistas, com seus termos obscurantistas.

segunda-feira, 15 de março de 2010

"Cloud Culture", a cultura do "de graça"

Um dos aspectos discutidos por Jaron Lanier em seu livro "You are not a Gadget" está relacionado ao fato da maioria das pessoas entender que pode obter (quase) tudo na Internet, sem pagar nada. É uma questão pra lá de delicada pois ainda não vi nenhum modelo de negócio sustentável que não tenha troca de dinheiro no meio...

Quando lemos jornais na Internet, não pagamos nada (na grande maioria dos casos). Downloads de música, de filmes e de livros são exemplos bastante claros mas, além disso, tem muito mais. Serviços como correio eletrônico, aplicações de edição de texto, planilhas eletrônicas e software para apresentação também já podem ser encontrados gratuitamente. Outros serviços como compartilhamento de fotos e back-up são mais alguns exemplos.

A questão que ele coloca é que este modelo pode simplesmente destruir alguns negócios, principalmente aqueles relacionados com cultura. Música gratuita não alimenta artista... filme gratuito também não... livros pirateados ídem. Como poderia, então, um artista sobreviver? De onde um artista poderia tirar seu sustento?

Ele sugere que artistas vão ter que "migrar" para outras atividades relacionadas com sua aptidão... Se não dá para um cantor ganhar o sustento vendendo CDs ou DVDs, ele deve fazer mais shows ao vivo, vender mais camisetas, canecas ou qualquer outro ítem relacionado. O mesmo vale para os livros. Se não dá pra ganhar dinheiro vendendo livros, que busque renda na venda de edições especiais para colecionadores ou algo similar.

Ele chega até a citar um modelo simples e interessante... Se um artista qualquer conseguir convencer 1.000 pessoas a gastar 100 dólares por ano com ele, em qualquer tipo de produto ou serviço, ele leva 100 mil dólares pra casa por ano. É simples e algo bem razoável de se imaginar.

A questão é, no atual cenário de cultura "Cloud", será que temos espaço para um consumidor gastar estes 100 dólares com ele? Será que ele conseguiria usar a Internet para vender 100 dólares se a grande maioria dos usuários espera obter produtos e serviços gratuitos na Internet?

quinta-feira, 4 de março de 2010

Black Pixel Project contra o Aquecimento Global

O GreenPeace lançou um projeto, no meio do ano passado, para auxiliar na redução de consumo de energia e na emissão de CO2. O conceito é simples... centenas de milhões de pessoas usam computadores pessoais no mundo todo e a energia consumida é enorme. Um dos vilões dessa história são os monitores, grandes gastadores de energia. Agora imagine se cada um de nós simplesmente "desligasse" um pedacinho do seu monitor como um pequeno quadrado... A economia total estimada pelo GreenPeace é de aproximadamente 57.000 Watts por hora, para o caso de 1 milhão de pessoas fazerem o mesmo (1).

A conta é simples... cada "black pixel", o quadrado que mencionei acima, tem 50 pixels de lado, ou seja, uma área de 2.500 pixels e consome 0,057 Watts por hora. Ou seja, se uma pessoa "desliga" esse pedaço da tela ela deixa de consumir 0,057 Watts por hora. Se 1 milhão de pessoas fazem o mesmo com seus monitores chegamos aos 57.000 watts por hora. Daí pra frente é só multiplicar... podemos fazer a conta para um dia, para 10 milhões de pessoas, e por aí vai.

Nada como um projeto simples para auxiliar na redução do consumo de energia. Para participar, é só instalar o programinha...

http://www.greenpeaceblackpixel.org

O mais legal de tudo é que o projeto foi desenvolvido aqui mesmo no Brasil, com a participação de um dos centros mais avançados de tecnologia do país, o C.E.S.A.R. (Centro de Estudos Avançados de Recife) e da agência AlmapBBDO (2). Para entender um pouco melhor o projeto consulte (3), em português, ou (4) em inglês.

Vamos participar! Cada um de nós fazendo nossa parte vamos fazer uma enorme diferença.

(1) http://www.greenpeaceblackpixel.org/#/pt/conta
(2) http://www.greenpeace.org/brasil/energia/noticias/black-pixel-contra-o-aquecimen
(3) http://www.youtube.com/watch?v=D5MlLAiW49k
(4) http://www.youtube.com/watch?v=QE_XAo9IHug&feature=channel

terça-feira, 2 de março de 2010

Blackberry e "Blackhabits"

Fala sério, existe coisa mais desagradável do que estar ao lado de alguem que não pára de futucar um Blackberry? Quem já não passou por essa situação, cada vez mais comum? O mais incrível é que quem está mexendo acha que é a coisa mais natural do mundo e nem se incomoda.

Tudo bem, os smartphones em geral são máquinas superpoderosas e que permitem um nível de comunicação até hoje não disponível. Mas o modo como seus usuários tem se comportado socialmente é extremamente deselegante.

Pesquisei na Internet e existem inúmeros textos falando sobre a etiqueta no uso dos smartphones. Basta buscar no Google. Eu tenho meus "mandamentos", relacionados abaixo, e aproveito para perguntar... quais os limites para o uso dos smartphones socialmente?
  1. Só use um smartphone quando estiver sozinho ou quando não estiver engajado em qualquer tipo de conversa ou atividade social;
  2. No caso de estar acompanhado, só use em caso de emergência. Definitivamente não existe nada que não possa esperar até um momento mais oportuno. Sempre foi assim, por que mudaria agora que existem os smartphones? Por acaso eles mudaram a "ordem das coisas"?
  3. No caso de estar acompanhado e de ser uma emergência, peça licença para usar;
  4. Em reuniões sociais, seja um jantar, almoço, reunião ou qualquer outra do gênero, simplesmente não use. Concentre-se no objetivo da reunião. Se não estiver interessado, por qualquer motivo, simplesmente peça licença e saia. Ficar presente e não prestar atenção é desrespeitoso com o restante dos presentes.
  5. Em salas de aula ou em apresentações, jamais use. Da mesma forma que em reuniões sociais, se o assunto não for do seu interesse saia. Aliás, se não for do seu interesse, por que estava lá??? Além disso, é extremamente desrespeitoso com o professor ou palestrante. Ele percebe claramente quem está clicando sem parar em um smartphone e sente-se extremamente desprestigiado.
  6. Quando em família, aproveite os momentos para conversar sobre o dia e as novidades. É desagregador ficar em um ambiente familiar dedicando atenção a algo que somente você tem acesso.
O grande problema por trás do uso dos smartphones é que o mesmo está se transformando em um hábito. E um hábito nada mais é do que um "comportamento que determinada pessoa aprende e repete freqüentemente, sem pensar como deve executá-lo e de forma automática, sem perceber". Aí é que está o problema. Os usuários de smartphones, sem pensar, usam seus aparelhos em situações onde não deveriam, automaticamente...

Obviamente a resposta para esta situação não passa pela proibição do uso de smartphones. O mais importante é que o usuário tenha noção dos momentos corretos para usá-los. E isso depende de cada um de nós... Smartphones são extremamente poderosos e podem nos ajudar muito a sermos mais efetivos e eficiêntes. O desafio é saber usá-los corretamente.