sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Banda Larga... Será mesmo?


Certamente você tem Internet com banda larga em casa. Provavelmente contratou seu serviço junto à Net, o Virtua, ou na Oi, o Velox. Na cidade do Rio de Janeiro estes são os principais provedores de banda larga mas existem outros, que oferecem o serviço via satélite, por exemplo ou, mais recentemente, via 3G. Provavelmente, quando você contratou o serviço, verificou qual seria a maior banda disponível e mandou ver... afinal, quanto maior a velocidade melhor, não?


Pois é... em tese, a resposta é sim mas, ná prática, não é bem assim.

Os provedores de banda larga fazem propagandas informando que você pode escolher velocidades de 4, 6, 12 e até 20 Mbps. O problema é que na realidade você nunca, eu disse nunca, tem uma taxa efetiva igual a contratada. Aliás, se ler o contrato vai ver que nem a operadora garante a taxa anunciada...

E como escolher? Pra começar, surgem duas questões:
  1. Qual a melhor opção? A melhor opção depende do uso que você pretende dar à Internet. Normalmente a taxa de download é grande, propiciando boa performance para baixar músicas, fotos, filmes, etc. Já a taxa de upload é pequena. Pode não passar de 500kbps. Isso é pouco e, em condições normais pode ser menos ainda. Portanto, se você pretende fazer upload de arquivos grandes ou de muitos arquivos, tem que procurar um provedor que garanta uma taxa de upload decente. Apenas como referência, este site publica as taxas de alguns provedores brasileiros (1). A alternativa é ter paciência, fazer upload durante as madrugadas, etc.

  2. Já tenho banda larga... ela é rápida mesmo? Isso é mais fácil de verificar. Existem diversos sites que medem a performance de sua conexão. Alguns interessantes são o (2) e o (3), por exemplo. Usualmente estes sites fazem um teste rápido de download e de upload e verificam, naquele momento, qual a performance real do seu provedor. Esta taxa pode mudar dependendo da hora do dia, de quantos computadores estão compartilhando sua rede, etc. De qualquer forma, é uma boa referência. Apenas como referência, fiz um teste e minha conexão está com 1.8Mbps para download e 400k para upload. Tenho um Velox de 2Mbps.
O assunto não se esgota nestas duas questões. Inúmeros fatores influenciam na performance de sua conexão com a Internet. A Cisco, a mais conceituada empresa do ramo de conectividade, possui muitos artigos escritos sobre o assunto. Apenas como referência, ela considera "banda larga" uma conexão que ofereça pelo menos 128 kbps. Praticamente todas as grandes operadoras nacionais que oferecem banda larga atendem a esta métrica.

A liderança em banda larga ainda é das operadoras telefônicas, via ADSL. Já as que oferecem o serviço via cabo (como a Net, por exemplo), vem crescido a taxas mais agressivas. Para quem se interessar por uma análise mais profunda do mercado de banda larga no Brasil, uma boa referência é o "Barômetro Cisco de Banda Larga" (4).

"Banda Larga", por incrível que possa parecer, ainda está com uma participação pequena no Brasil. Ainda tem muito para crescer. Uma pesquisa feita pela Info em Setembro de 2009 coloca o Brasil em quadragésimo quinto lugar lugar dentre 66 países com relação à qualidade da banda larga oferecida (5). Ou seja, ainda temos uma longa estrada pela frente...

(1) http://testesuavelocidadebrasil.blogspot.com/2009/10/medias-de-velocidade-de-outubro-dos.html
(2) http://www.testesuavelocidade.com.br/
(3) http://www.speedtest.net/
(4) http://www.cisco.com/web/BR/barometro/Barometro_analisedemercardo.pdf
(5) http://info.abril.com.br/noticias/ti/banda-larga-do-brasil-e-45-entre-60-paises-30092009-40.shl

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Serviços na Nuvem

Um dos serviços mais inovadores na Web 2.0 é oferecido pela Amazon. Não estou falando da venda de CDs, DVDs ou até mesmo de equipamentos eletrônicos. Também não estou falando do Kindle. Me refiro a oferta de infraestrutura virtual... isso mesmo, você pode contratar junto a Amazon, por exemplo, um ou mais servidores, com a configuração que você quiser. Ou, se preferir, pode contratar espaço para armazenamento de informações (storage), bancos de dados, etc. O serviço chama-se Amazon Web Services e pode ser contratado por qualquer um, usando um simples cartão de crédito (1).

Se preferir, você ainda pode "ligar" sua infraestrutura interna com a deles, de forma transparente. As vantagens são inúmeras e permitem, por exemplo, que você consuma infraestrutura sob demanda. Não é preciso mais que você compre equipamentos para usar durante um determinado período e, depois, tenha que dar alguma outra finalidade a ele. Também não é preciso alugar nada... tudo é feito de forma transparente. Suas aplicações podem rodar em um mega servidor, "montado" especialmente para suas necessidades. Nada mal, hein?

Agora pense o seguinte... já vimos que existem inúmeras empresas oferecendo storage na Internet. Muitas delas oferecem espaço gratuito para usuários domésticos. Quase todas cobram por usuários corporativos, principalmente por quantidades maiores de storage. Que tal abrir uma empresa, a "Storage 'r Us" e oferecer espaço para internautas em geral? Você não precisa se preocupar em adquirir storage, basta fechar um contrato com a Amazon e pronto, sua infraestrutura está disponível. O seu desafio será gerenciar os backups e aí vai estar seu diferencial.

Este novo modelo de negócio está crescendo e vai entrar em uma curva ainda mais acentuada de crescimento nos próximos meses. A infraestrutura é contratada da Amazon, por exemplo, e você agrega a sua camada de "inteligência". Nesta camada vai residir seu diferencial. A infra é só a infra mas, ao mesmo tempo, é a melhor infra que você pode ter... atualizada, flexível, com um Nível de Serviço claramente estabelecido, enfim, tudo o que você precisa de infra, sem ter que arcar com o processo de compra e manutenção.

Todo seu diferencial vai estar na camada de inteligência que você vai agregar. E, dependendo do valor agregado por você, você vai se diferenciar mais ou menos de seus concorrentes, vai atrair mais ou menos usuários e poder cobrar mais.

A Amazon é, desde o início, uma das principais representantes do mundo da Web 2.0. Suas soluções e ofertas, em alguns casos, chegaram ao mercado até mesmo antes do tempo. Parece que, agora, eles estão criando algo realmente único. E, o mais interessante, estão ocasionando uma nova onda na Web com o surgimento de inúmeras empresas que, antes, simplesmente não conseguiam sair do papel devido aos altos investimentos em infraestrutura que deviam ser feitos antes da empresa iniciar suas operações. Resolvido essa parte do processo, o caminho fica livre para a criatividade e inovação... novos horizontes vão se abrir.

(1) http://aws.amazon.com/

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Computação em Nuvem

Empresas de grande porte como IBM, Google e Microsoft tem investido pesados orçamentos com o objetivo de entender e explorar ao máximo a "onda" da Web 2.0, ou da Nuvem. Ao lado delas, centenas, talvez milhares de pequenas empresas e de empreendedores também tem buscado novas oportunidades neste "oceano azul" (1). Nos últimos dois posts cheguei a analisar algumas soluções inovadoras neste novo mundo. Mas, afinal, o que é este "novo mundo"? Ou, em outras palavras, o que este "novo mundo" tem de novo?

O que é?

Vamos começar pelo princípio. O que é a Nuvem? A Nuvem nada mais é do que um novo modelo computacional no qual nós, usuários, passamos a ter acesso a aplicações, dados e informações em qualquer lugar em que estejamos, usando qualquer tipo de dispositivo de acesso que esteja, de alguma forma, conectado na Internet.

Este modelo é fundamentalmente diferente do modelo que usamos atualmente. Hoje, se queremos ter acesso a nossas fotografias, precisamos ligar nosso computador e navegar até o diretório em que elas estão. Se queremos editar um texto, temos que abrir um editor de textos que está instalado em nossa máquina. Para preparar uma apresentação, usamos um software específico, que também está instalado em nossa máquina. Ou seja, de alguma forma temos controle sobre um determinado equipamento (usualmente nosso desktop ou notebook) e sobre algum software especializado (editor de textos, planilha, editor de fotografias digitais, etc).

No modelo da Nuvem, nós não temos a menor idéia de onde nossos dados e informações estão armazenados. Na maioria das vezes, não sabemos nem qual software estamos usando para editar um texto. Na prática, neste modelo, isso não interessa. O que importa é o que queremos fazer, o que pretendemos produzir. Daí dizermos que este novo modelo é "user centric", centrado no usuário, ou seja, com o objetivo de atender a uma demanda de uma pessoa. Sem impor a ela que tenha um computador e um editor de textos para preparar e enviar uma carta.

Por que este novo modelo surgiu?

Na prática ele é resultado de uma série de fatores que vem se desenvolvendo nos últimos 10 anos. O principal deles, é claro, foi o crescimento do uso da Internet, principalmente devido ao aumento da qualidade e velocidade da banda larga. Ao mesmo tempo, inúmeros dispositivos começaram a ser criados e usados para acesso a Internet. Hoje, além dos computadores, usamos smartphones, consoles de jogos eletrônicos como o Wii e o PS3 e muitos outros dispositivos.

O resultado prático destas e de outras inovações é que temos no mundo todo milhões e milhões de novos usuários, criando um novo ambiente, totalmente conectado e que funciona em tempo real. Os novos usuários estão acostumados a ter resposta para tudo na hora em que precisam. Não faz mais sentido e nem é mais necessário ir a uma Biblioteca para consultar um determinado assunto. A biblioteca já está na rede... (2).

O que vem por aí?

A grande pergunta que paira no ar nos dias de hoje é "o que vem por aí?"... antiga pergunta, aliás, mas com uma nova conotação. A cada dia, cada uma daquelas milhares de empresas e empreendedores que citamos lá no início descobrem novos usos para a grande Nuvem. Não é exagero algum imaginar que ainda estamos na pré-história da Nuvem. Muito provavelmente, ainda estamos "pavimentando" os caminhos para os próximos anos.

Telecomunicações, Medicina, Política, Comércio, todas estas são áreas que sofrerão impacto nos próximos anos. Será possível utilizar mecanismos muito mais avançados para se comunicar com pessoas em qualquer lugar do mundo. Médicos também poderão diagnosticar e até mesmo operar pacientes a distância. Políticos farão campanhas inteiras virtuais. Um novo comércio surgirá, onde pessoas poderão comprar ítens confecionados especialmente para elas... carros, por exemplo, já podem ser encomendados "a la carte" em muitas montadoras.

Soluções como o backup online da Mozy (3) ou o ambiente operacional online da Glide (4) representam apenas o princípio de todo este novo mundo que está surgindo. Muito em breve veremos um aumento na velocidade da convergência entre Televisão (inclusive 3D), com rádio e comunicação.

Não me surpreenderia se em poucos anos o telefone que usamos hoje se transforme em uma peça de museu. Para nos comunicarmos, vamos usar sistemas sofisticados integrando voz, imagem, hologramas, compartilhando documentos e muito mais.

Stay Tunned... e, claro, faça parte da mudança! Está acontecendo ao seu lado... Falaremos mais sobre o tema...

(1) http://www.amazon.com/Blue-Ocean-Strategy-Uncontested-Competition/dp/1591396190/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1263574920&sr=8-1
(2) http://books.google.com/googlebooks/library.html
(3) http://fgfmendes.blogspot.com/2010/01/voce-faz-backup.html
(4) http://fgfmendes.blogspot.com/2010/01/caminhando-nas-nuvens.html

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Caminhando nas Nuvens

Muita coisa boa tem surgido no meio das "nuvens". Mas calma, não estou me referindo à nuvens de tempestade, de chuvas de verão, e sim à grande Nuvem, à Web 2.0. Caminhando entre as nuvens, pesquisando novas soluções e buscando, principalmente, soluções inovadoras, dei de cara com o Glide (1). Trata-se de um projeto extremamente ambicioso, que já vem sendo desenvolvido há alguns anos.

A proposta é a de ser um "ambiente operacional online", independente de plataforma ou dispositivo. Seu objetivo é permitir que você tenha acesso aos seus arquivos, como fotos, músicas, textos, planilhas, etc, de qualquer máquina ou dispositivo rodando qualquer sistema operacional. É um ambiente composto por um conjunto de aplicativos que inclui editor de textos, planilha eletrônica, preparador de apresentações, correio eletrônico, gerenciador de projetos, calendário e muito mais. Ao mesmo tempo, é muito mais do que isso.

Instalei o Glide em minha máquina...

Para utilizar o ambiente é preciso instalar um módulo em seu microcomputador. A instalação é simples e rápida, não ocupando muito espaço. Uma vez instalado, comecei meus testes.

Já que a proposta é a de ser um ponto único de acesso, logo de cara resolvi testar a integração com minha conta de email do Gmail. Nada mais simples... em questão de segundos fiz todas as configurações necessárias e acessei a todos meus emails, pastas e contatos. Aliás, falando de email, um dos recursos mais interessantes é a existência de um filtro do tipo "Parental Control." Com ele, é possível monitorar as contas de emails de seus filhos... (ainda não testei).

Com relação aos arquivos, usando um componente chamado "One", o Glide sincroniza absolutamente o que você quiser e, melhor, ainda permite que você defina níveis de controle de acesso para cada arquivo individualmente. Isso é fantástico quando você pretende, por exemplo, compartilhar um conjunto de arquivos com um grupo de pessoas. Você pode, por exemplo, definir para cada arquivo o que cada pessoa pode fazer! E, por falar em grupos de trabalho, o Glide permite que você crie seus grupos e faça reuniões virtuais. Tudo sem sair do mesmo ambiente.

O ambiente como um todo, tanto a porção instalada quanto a parte web, são fáceis de usar. Minha impressão é a de que ainda é um projeto em desenvolvimento e que muitas melhorias e novas funcionalidades ainda vem pela frente.

O mais impressionante é que a empresa desenvolvedora, chamada TransMedia, é uma pequena empresa, com escritório em Manhatan, e tem apenas 8 funcionários... (2). Definitivamente é uma proposta ambiciosa e uma solução inovadora. Ainda tem estrada pela frente, mas é bom que a Google e outras concorrentes abram bem os olhos. Aliás, não me surpreenderia nada se esta empresa fosse comprada por alguem...

(1) www.glideos.com
(2) http://www.pcworld.com/article/169540/hands_on_glide_adds_new_microblogging_app.html

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Faça seu próximo backup nas nuvens!

Já estava para escrever sobre esse assunto faz algum tempo e hoje, depois de assistir a uma apresentação em que o tema foi mencionado, decidi investir um tempo... você faz backup dos seus dados pessoais? Tem copias de suas fotos digitais, de seus filmes, das suas músicas, enfim, dos seus preciosos arquivos...? Discos apresentam problemas. Por mais que a indústria tenha melhorado as taxas de confiabilidade destes dispositivos, um dia eles podem sim apresentar um problema e você pode perder todos seus dados.

The lens of a compact disc drive and its assoc...

Claro, você tem backup. Backup em CDs, em DVDs ou em Discos externos. Discos enormes, de 1 Terabyte ou mais, onde você pode colocar todos seus arquivos. Isso resolve sua vida, não? Ok... e com que frequência você atualiza esse "backup"? O processo de backup não se limita ao primeiro lote. É preciso atualizar o backup periodicamente, da mesma forma que você , eventualmente, modifica seus arquivos.

Se você faz isso periodicamente, seguindo uma metodologia que pode até mesmo ser simples, ótimo. Se segue a metodologia de um dos inúmeros softwares que vem junto com esses discos externos, excelente. O problema é que muitas pessoas não fazem isso. Apostaria que a maioria se enquadra nesta categoria.

Para estas pessoas já existem alternativas bem interessantes e de baixo custo. Uma das mais populares chama-se Mozy (www.mozy.com). Para usuários domésticos eles disponibilizam sem custos um espaço de até 2 GigaBytes. É um bom espaço para armazenar aquivos texto e apresentações, por exemplo, mas não é praticamente nada se você tem um bom número de fotos e filmes digitais que podem ocupar facilmente mais de 100 GBs (no meu caso já são 130). Caso você precise de mais espaço, ainda se classificando como usuário doméstico, pode pagar menos de 5 dólares por mês e ter espaço ilimitado.

O mais interessante é que ela é mais uma representante de toda uma nova linha de soluções baseadas em Web 2.0... seus dados são guardados em um local qualquer que você nem conhece, na Web, na grande "nuvem".

Cuidado, se você não tem backup, busque uma alternativa. E lembre-se sempre "quem tem uma cópia não tem nenhuma".

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Um Ano Bom para o Rio de Janeiro

Início de ano é sempre um período de reflexões e novos projetos. Não é diferente para uma cidade. O cidadão do Rio de Janeiro olha para a frente com muitas esperanças, mas sem se esquecer dos últimos 30 anos, onde a cidade foi incrivelmente incapaz de escolher bons governantes. As cicatrizes destes anos ainda vão demorar muito para curar. Mas precisamos começar.

Aparentemente, os atuais administradores, tanto do Estado do Rio quanto da cidade, tem demonstrado força política para aprovar projetos e alinhamento com o governo federal para obter o suporte e verbas necessárias para projetos ambiciosos. Isso faz diferença e é um bom começo.

O choque de civilidade que começou no ano passado promete tratar de alguns hábitos ruins dos cariocas. As praias da zona sul já sentem, desde o início de dezembro, algumas diferenças. O projeto merece elogios, mas não pode parar por aí. É preciso atingir outros bairros e, mais importante, precisa ter como objetivo básico mudar a forma de pensar de toda uma população mais carente que não tem acesso adequado a educação básica.

O projeto, para ser um sucesso de longo prazo, precisa entrar nas escolas públicas e privadas e, efetivamente, educar. Civilidade tem que ser parte integrante da educação básica. E essa é uma missão dos governos, garantir educação para todos, investindo na formação de verdadeiros Cidadãos.

Seguramente o projeto mais importante para a cidade do Rio de Janeiro é o da Educação. Para isso, mais do que vontade política, é preciso haver um alinhamento forte entre os três níveis de governo, os educadores e as famílias. Para organizar uma Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos estamos conseguindo avançar, pelo menos com muitos projetos já apresentados. Será que vamos conseguir avançar na educação?